Chega de mentira!

Lucilene Porto
Repórter

A avenida Antônio Ferreira de Oliveira, que liga o bairro Monte Carmelo a mais de 20 bairros de Montes Claros está intransitável. Assim como a rua Ipanema na Vila Regina, ela é o principal acesso a bairros na região do Córrego das Melancias. Pelo local, segundo moradores, trafegam centenas de veículos, principalmente caminhões e lotações.

Lucilene Porto

Situação crítica da avenida dificulta o trânsito na avenida

Transitar pelo local é uma tarefa penosa para motoristas. Na manhã de ontem, a reportagem de O Norte esteve no local e ouviu a reclamação de moradores, comerciantes e de motoristas que usam a via diariamente.
- Os buracos que tomam conta de mais de 300 metros da pista já provocaram vários acidentes, conta o morador Joaquim Osório, de 53 anos.
– Aqui já presenciei quatro acidentes gravíssimos envolvendo motociclistas, e outro grave envolvendo carro de passeio. Até uma mulher grávida já caiu de moto dentro de um dos buracos, tivemos que colocar um galho para alertar sobre o perigo para quem passa por aqui – disse.
O comerciante Antônio Dias, de 48 anos, relatou que mora em Montes Claros há 30 anos e nunca viu a cidade tão abandonada.
– No bairro estou há 13 anos, e de 4 meses para cá vimos o asfalto ruir. Sofremos com a avenida praticamente destruída e com a poeira que adoece nossos netos e suja os móveis e eletrodomésticos de clientes que deixam aqui para consertar. Não sabemos mais quem recorrer – desabafou.
O prestador de serviços gerais, Raphael Azevedo, de 23 anos, pede ação da secretaria de serviços urbanos e diz que a avenida não foi consertada ainda pela incompetência da prefeitura.
– Eles vão para a televisão e dizem que vão consertar, que estão esperando a chuva passar. Que chuva? Não chove em Montes Claros há mais de uma semana. Não agüentamos mais tanta mentira – alfinetou o jovem.
Enquanto a reportagem esteve no local, centenas de veículos cruzaram os inúmeros buracos. Parte da avenida encontra-se bloqueada, e o trânsito é feito apenas em meia pista. Até o carro do Corpo de Bombeiros e ambulâncias caíram nas crateras que vão de um lado a outro na avenida. Os bombeiros confirmaram que já atenderam no local, nos últimos dias, três acidentes.

A situação tem impedido da população de receber serviços básicos

A situação, segundo moradores, fica ainda mais dramática quando vem a chuva.
– Aí fica pior, os carros deslizam no meio da buraqueira, a terra toma conta dos poucos pedaços de asfalto que ainda restam e a enxurrada é forte. Só quem mora aqui sabe do que estamos falando – lamentou Vera Lúcia Andrade, de 59 anos.
A avenida Antônio Ferreira de Oliveira liga o bairro Carmelo aos bairros Belvedere, Santa Lúcia, Independência, Delfino Magalhães, Vila Anália, Carmelo e Monte Carmelo II entre outros.
Revoltado, o entregador de gás, Geraldo Machado, de 42 anos, afirma que a situação no local está péssima para quem mora e também para quem precisa transitar pelas ruas do Carmelo. Ele manda um recado para o prefeito:
– Senhor prefeito, será que perto da sua casa tem buraco? Se morasse aqui, com certeza já tinham tapado tudo. Nós queremos um pouco de dignidade, pagamos nossos impostos em dia. O que está sendo feito com o dinheiro do IPTU e IPVA? – questionou.

Buraco vira caso de polícia
A situação dos buracos nas ruas de Montes Claros virou caso de polícia na noite da última quarta-feira, 18, no bairro Delfino Magalhães. De acordo com moradores da rua dos Adventistas, por volta das 20h50m, um soldado da polícia militar caiu da moto, ao desviar-se de um buraco.
Testemunhas contaram que o rapaz transitava numa moto Honda, sentido bairro Novo Delfino ao Delfino Magalhães, momento em que ao passar pela ponte que divide os bairros Novo Delfino e Delfino Magalhães, a roda dianteira da moto caiu num buraco ali existente, vindo o motociclista a desequilibrar-se e cair com o veículo.
O Corpo de Bombeiros foi chamado e socorreu o militar até o hospital Santa Casa. O policial sofreu escoriações nos bracos, pernas e pequeno traumatismo craniano. A motocicleta foi danificada.
Moradores disseram que é diário o registro de acidentes no local, principalmente à noite, quando a visibilidade torna-se pior.

Fonte: onorte.net