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Técnico Valdir Espinosa é sepultado no Rio de Janeiro em meio a aplausos e lágrimas
Treinador de grandes clubes como Botafogo, onde trabalhava atualmente como gerente de futebol, e Grêmio, ele não resistiu a complicações em uma cirurgia
Por Davi Barros — Rio de Janeiro
O técnico Valdir Espinosa foi sepultado na manhã desta sexta-feira, no Memorial do Rio de Janeiro, em cerimônia somente com amigos e parentes. O velório ocorreu na tarde e noite de quinta-feira, no salão nobre de General Severiano, sede do Botafogo, onde Espinosa trabalhava atualmente como gerente de futebol e clube com o qual tinha grande identificação desde a conquista do título do Campeonato Carioca de 1989. Ele faleceu na manhã de quinta em função de complicações decorrentes de uma cirurgia no abdômen.
Além da bandeira alvinegra, o caixão também foi coberto com as cores do Grêmio, onde Espinosa conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes em 1983. Antes do sepultamento, muitos aplausos e emoção após uma oração.
O dirigente estava afastado do dia a dia do Botafogo desde o último dia 14, quando comunicou que deveria tratar um problema grave de saúde. Desde então, passou por cirurgia no dia 17, foi liberado e internado novamente no dia 20 devido a complicações no procedimento. Não resistiu e morreu na manhã de quinta-feira.
Parentes e amigos rezaram e aplaudiram Valdir Espinosa no Memorial do Rio — Foto: Davi Barros
Os ex-jogadores Sorato, Roger Flores, Thiago Coimbra e Carlos Alberto Santos estiveram no sepultamento. Rodrigo Caetano, diretor executivo de futebol do Internacional, foi outra personalidade do esporte a marcar presença no Memorial do Rio de Janeiro. Clubes e amigos enviaram coroas de flores, como Botafogo, Grêmio, Fluminense, Taís Araújo (atriz e amiga da família) e Juan (ex-zagueiro do Flamengo).
- Muita coisa positiva (fica de lembrança) não me lembro de nenhum fato que pudesse deixar uma interrogação. Tem uma curiosidade de que no primeiro dia ele mencionou, e repetiu agora quando veio ao Botafogo, que queria ver o placar no estádio dizendo Botafogo campeão. E tinha tanta convicção naquilo, que passou isso pra gente também - lembrou Carlos Alberto Santos, campeão em 89 com Espinosa.
Caetano, hoje dirigente no Internacional, lembrou da amizade iniciada nos tempos de jogador do Grêmio, em 1991:
- Tive a honra de ter trabalhado com ele. Ele foi o responsável por me dar a primeira oportunidade como titular, no início da década de 90. Mantivemos a relação, que se estendeu para o lado pessoal. Não poderia deixar de vir. É uma perda que nos deixa tristes, mas que deixa um legado imenso para o futebol brasileiro. Principalmente, em como se relacionar com as pessoas. Era uma liderança simples e carismática.
Carlos Alberto Santos, campeão em 89 com Valdir Espinosa no Botafogo, compareceu ao sepultamento — Foto: Davi Barros
Sorato emendou:
- O futebol brasileiro fica mais pobre sem ele. Era uma pessoa acima da média e os papos eram sempre prazerosos. Vim para prestar homenagem e solidariedade à família. Ele sempre estava muito motivado. Tinha uma postura de otimismo, sempre.
O velório de Espinosa também recebeu diversas personalidades do futebol. Joel Carli e Gatito Fernandez representaram o atual elenco alvinegro, e ex-atletas como Maurício, Júnior, Juan, Luisinho, Roberto Dinamite, Mauro Galvão e Wilson Gottardo compareceram.
Demitido em fevereiro do comando do Botafogo, Alberto Valentim esteve no velório, bem como o atual treinador alvinegro, Paulo Autuori. Romildo Bozan, presidente do Grêmio, representou o clube gaúcho. Mário Bittencourt, mandatário do Fluminense, também esteve na sede alvinegra para prestar homenagem ao técnico.
Durante o velório, quando a equipe alvinegra treinava no campo anexo do estádio Nilton Santos, houve um momento de oração para o agora ex-gerente de futebol do clube. Diversas personalidades e clubes se manifestaram através de redes sociais.

Memória

Valdir Espinosa não resistiu a complicações em uma cirurgia e morreu na manhã de quinta-feira — Foto: infoesporte
Nascido em Porto Alegre, Espinosa começou sua carreira no futebol como jogador do Grêmio. Atuou por oito anos como profissional, passando por CSA, Esportivo e Caxias. Parou em 1978 e no ano seguinte já iniciou no cargo de treinador do Esportivo.
Desde então, construiu uma carreira sólida, com o auge em 1983, quando comandou o Grêmio campeão da Libertadores e do Mundial. Na época, o time contava com jogadores como Renato Gaúcho, De León, Paulo César Caju e Mário Sérgio.
Jogadores do Botafogo em homenagem a Valdir Espinosa — Foto: Divulgação
Em 1989, Espinosa aceitou o convite do Botafogo, que não conquistava o Campeonato Carioca havia 21 anos. Com um gol de Maurício na final contra o Flamengo, o time celebrou o título invicto da competição e criou mais um momento histórico para a carreira do treinador.
Espinosa rodou o Brasil como treinador e teve experiências internacionais. Ele trabalhou no Cerro Porteño, do Paraguai, no Al-Hilal, da Arábia Saudita, e no Tokyo Verdy, do Japão. Também teve uma rápida passagem pelo Las Vegas City.
fonte: globoesporte.globo.com

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