Câmara já definiu qual proposta sobre prisão em 2ª instância será
discutida na Casa, diz Maia
Senado discute outro
texto, que muda leis diferentes. Presidente do Senado convocou reunião com
senadores, deputados, e o ministro Sergio Moro para tentar chegar a um
consenso.
O presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (25) que a Casa já
definiu qual texto sobre a prisão em segunda instância será discutido.
A proposta de emenda à Constituição (PEC) em questão já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda a instalação de uma comissão especial para começar a ser debatida na Câmara.
A PEC sugere alterar
os artigos 102 e 105 da Constituição, acabando com os recursos especiais e
extraordinários para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF).
O Senado,
porém, também discute um projeto com o objetivo de permitir a prisão após
condenação em segunda instância. No entanto, a proposta dos senadores não
altera a Constituição, e sim o Código de Processo Penal (CPP).
O presidente do
Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcou uma
reunião para a manhã desta terça-feira (26) com senadores e deputados a fim de
chegar a um consenso sobre o tema. O ministro da Justiça, Sergio
Moro, também deverá participar do encontro, que será na
residência oficial de Alcolumbre.
“A Câmara já tomou a
sua decisão, já estamos instalando a comissão da PEC da segunda instância, que
foi aprovada na CCJ. O Davi está organizando [uma reunião], mas a posição da
Câmara já está tomada", disse Maia.
O presidente da
Câmara afirmou que é possível chegar a um consenso sobre o assunto. "Pode
ser um acordo, que essa é a PEC que vai caminhar na Câmara e depois no Senado.
Esse acordo a gente pode fazer", explicou.
Questionado sobre se
haveria uma disputa por protagonismo entre as duas casas legislativas, Maia
negou.
"Não estou
brigando por protagonismo meu, não. Nós entendemos que a PEC mexendo no artigo
5º era inconstitucional. Entendemos que qualquer mudança no [artigo] 283, o
risco de inconstitucionalidade é muito grande, [então] fomos para um outro
caminho. Nós não estamos brigando por protagonismo”.
Propostas
Durante
a discussão na CCJ, havia uma proposta de alterar o trecho do artigo 5º da
Constituição para permitir a prisão em segunda instância. Porém, a avaliação de
parte dos deputados é que se trata de uma cláusula pétrea e, portanto, não pode
ser modificada.
Outra sugestão em
discussão na Câmara partiu do ministro Sergio Moro, mas acabou rejeitada pelo grupo de trabalho que discutiu o pacote
anticrime. Moro sugeriu modificar o artigo 283 do Código de
Processo Penal para permitir a prisão em segunda instância.
O texto que tramita
no Senado também altera o mesmo artigo do CPP e tem teor parecido ao proposto
pelo ministro da Justiça.
FONTE: G1,GLOBO.COM
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